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Pesquisa realizada pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) mostra que 31,7% dos consumidores pretendem utilizar o décimo terceiro para pagar dívidas. Nesta época do ano, motivados pelo dinheiro extra, muitos consumidores buscam retirar o nome do cadastro de inadimplentes. A ideia é ter um dinheirinho a mais para fazer as compras de Natal.

É nesse cenário que cresce a atuação de empresas que vendem manuais de como sair dessas listas e daquelas que oferecem esse tipo de serviço. Iludidos pela possibilidade de voltar a ter crédito na praça, muitos consumidores acabam comprando essas instruções, que podem, no fim das contas, mais atrapalhar do que ajudar. Foi o que constatou levantamento feito pela Pro Teste – Associação dos Consumidores.

O órgão de defesa do consumidor consultou sites que oferecem informações de como o consumidor pode se tornar adimplente e verificou que há uma série de imprecisões. “Encontramos nesses sites informações que vão contra todo o princípio de boa fé”, afirmou a coordenadora Institucional da Associação, Maria Inês Dolci.
Irregularidades

Dentre as irregularidades encontradas pela instituição, estão orientações de não pagamento da dívida, uma vez que, depois de cinco anos, ela prescreve. “Nesses manuais não constam informações sobre as restrições que o consumidor inadimplente tem”, diz Maria Inês. Ela alerta que deixar de pagar a dívida não é o caminho para sair da lista.

De acordo com a coordenadora, esses manuais orientam para que o consumidor tenha uma postura negativa diante de sua situação. E não indicam os caminhos corretos para a liberação do acesso ao crédito. “Quem deve tem direitos: tem de buscar parcelar e renegociar a dívida”, afirma.

O mais grave, na avaliação de Maria Inês, é que esses manuais são vendidos livremente pela internet. Por isso, ela recomenda cuidados. “Não recomendamos a compra desses manuais, eles não trazem soluções eficazes e não ajudam o consumidor”, diz.

Ela alerta que aqueles que querem sair do cadastro dos inadimplentes devem procurar os órgãos de defesa do consumidor para receber orientações corretas. Ela atenta também que o primeiro passo é contatar a empresa e tentar uma negociação. “Não existe milagre. Limpar o nome sem fazer pagamento não existe”, alerta.
Fonte: InfoMoney, 29/11/2010

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