Em pouco menos de três meses, o Fundo Garantidor de Operações (FGO), administrado pelo Banco do Brasil, ultrapassou a marca de R$ 1,2 bilhão em empréstimos garantidos. Foram fechadas 35 mil operações e o percentual coberto pelo fundo atingiu R$ 855 milhões, 70% do total concedido.
De acordo com o vice-presidente de crédito do BB, Ricardo Flores, o FGO tem permitido a expansão do financiamento para as empresas de micro e pequeno portes sem comprometer a qualidade da carteira do banco. “Nossa inadimplência está em queda e mesmo as operações feitas durante a crise estão com um comportamento muito bom”, disse.
As operações cobertas pelo fundo têm valor médio de R$ 33 mil e o prazo está na casa dos 658 dias. As linhas atingiram empresas com faturamento médio de R$ 1 milhão, sendo a maior parte (57,5%) do comércio e do setor de serviços (26,4%). Flores lembra ainda que os custos para os tomadores chega a ser 30% menor, em média, quando comparados às linhas tradicionais de empréstimos.
O FGO foi criado em meio à falta de crédito para as empresas, fruto da retração da oferta por parte dos bancos. As atividades foram iniciadas em 20 de agosto, com patrimônio de R$ 595 milhões, sendo R$ 580 milhões aportados pelo governo federal e R$ 15 milhões pelo Banco do Brasil. A previsão é que a parcela do governo suba para R$ 2,5 bilhões e os recursos do BB superem o patamar de R$ 100 milhões.
Nenhum grande banco privado aderiu ao fundo. No início do mês, a Caixa Econômica Federal também entrou no fundo, juntado-se ao BB e a Nossa Caixa. A Caixa criou uma linha de crédito parcelada para capital de giro com prazo de até 24 meses e taxa pré-fixada, chamada de Crédito Especial Empresa FGO.
A princípio, a instituição estatal vai aportar R$ 200 milhões para os empréstimos lastreados pelo fundo. Cada banco precisa contribuir com 0,5% do valor garantido em carteira.
Fonte: Valor Econômico/Fernando Travaglini – 16/11/09